Recentemente uma revista brasileira publicou reportagem sobre mulheres religiosas que não seguem os dogmas de sua fé. O título da matéria é: "Minha religião, minhas regras", lembrando o slogan do feminismo contemporâneo. Na reportagem se mencionava, por exemplo, algumas católicas e evangélicas a favor do aborto. Diante disso, lembrei-me da seguinte reflexão do teólogo suíço Hans Urs von Balthasar, que disse:
"Uma entrega que impõe condições, uma fé com ressalvas é uma contradição em si mesma; desde Abraão até Jesus (que, na fé, exige a pessoa por inteiro) a essência da entrega na fé repousa na renúncia à objeção. Vimos, então, que não existe um Cristo encarnado sem o seu Corpo, a Igreja, com os seus instrumentos orgânicos. Eles constituem uma coisa só. Sendo assim, é impossível identificar-se totalmente com Cristo e parcialmente com a Igreja" (“A Verdade é sinfônica: aspectos do pluralismo cristão”, Editora Paulus).
Como bem lembrou o teólogo suíço, a fé cristã não é uma sorveteria onde escolho apenas o sabor que convém. A verdadeira fé é uma entrega total. Não somos nós quem escolhemos fragmentos de Cristo, mas é Deus quem nos escolhe em Cristo Jesus. Essa verdade serve a qualquer cristão abraçado às ideologias, sejam essas mais progressistas ou mais conservadoras.
Pr. Sergio Fernandes
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