"Deus valoriza enormemente as multidões de pessoas. Deus faz os descendentes de Abraão uma multidão. No céu, Deus está rodeado por uma multidão. Jesus alimenta as multidões... o Reino é uma enorme onde sempre houve lugar para mais um... uma mesa para as multidões."
Um artigo para refletir...
Li no X uma citação de Marilyn Robinson que, numa entrevista disse: “Deus valoriza enormemente as multidões de pessoas”.
A postagem elaborava essa declaração de Robinson, dizendo:
“Deus faz dos descendentes de Abraão uma multidão.
No céu, Deus está rodeado por uma multidão.
Jesus alimenta as multidões…
O Reino de Deus é uma mesa enorme onde sempre há lugar para mais um…
[O Reino é] uma mesa para as multidões.”.
Isso me fez pensar nas parábolas de Jesus acerca do Reino, onde a semente multiplica-se grandemente, o grão de mostarda cresce até se tornar uma árvore enorme, o fermento se espalha por toda a massa.
Em todos os casos há um crescimento exponencial.
Sendo assim, por que temos a tendência de pensar que, quando se trata da igreja, menor é melhor?
Por que, para muitos, o mero fato de uma igreja local ser grande já é um sinal negativo?
Por que diminuímos nossa expectativa de crescimento e nos contentamos com o pequeno grupo, a pequena (e confortável) congregação, a igrejinha “da família”?
Seria isso um reflexo do desejo por algo que possamos controlar, uma vez que, quando o grupo/igreja cresce (tal como nossos filhos), foge de “nosso controle”?
É verdade que a busca obcecada por grandeza e multidões pode também ser reflexo da vaidade e ganância, principalmente quando a multidão não se converte numa força missionária, um bom fermento na sociedade.
Todavia, diante da inevitável imagem bíblica de um Deus que, de Gênesis a Apocalipse, é, de fato, um Deus de multidões, além da enormidade da tarefa missionária de comunicar o amor desse Deus para o maior número possível de pessoas, precisamos tomar cuidado para, em nossa busca por conforto e controle, não incorrer no risco sustentar um movimento de resistência Àquele que disse: “Vá pelas estradas do campo e junto às cercas entre as videiras e insista com todos que encontrar para que venham, de modo que minha casa fique cheia”.
Que nossa eclesiologia e missiologia sejam sempre reflexos de uma cristologia da mesa grande e generosa onde “sempre há lugar para mais um.”
Pr. Sergio Fernandes
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